Antonio Zaganin e Gilda Maroto

Antonio Zaganin nasceu aos 04/03/1912 em Tambaú – SP. Ele é o sexto filho de Giovanni Zagagnin (1880-1938) e Rita Buosi (1882-1941), naturais da Itália. São seus avós paternos: Emilio Zagagnin (1851-1918) e Antonia Corò (1854-1912). São seus avós maternos: Luigi Buosi (1846-1936) e Rosa Teresa Zanni (1855-1917).
Gilda Maria Maroto nasceu aos 03/07/1926 em Matilde – ES. Ela é a filha mais velha de Renato Marotto (1901-1981) e Rosina Peterle (l904-1994). São seus avós paternos: Antonio Marotto e Rachel Gava. São seus avós maternos: Giovanni Peterle e Giovanna Canal.
Antonio viveu até os 16 anos em Tambaú – SP, no sítio do Sr. José Alves, onde trabalhava com seus pais e irmãos na lavoura de café. Em l928 mudou-se juntamente com sua família para um sítio de 15 alqueires, no recém formado distrito de Iepê – SP, que seu pai João Zaganin (como passou a ser conhecido no Brasil) adquiriu do Sr. Francisco Bertholdo Vieira.
Gilda viveu até os 12 anos em Matilde – ES, numa colônia de italianos, na qual moravam todos os seus parentes. Em 1938 Gilda mudou-se junto com seus pais e irmãos para o Estado de São Paulo, fixando residência no sítio do Sr. José Ludovico, localizado no distrito de São José das Laranjeiras – SP, onde trabalhava com sua família na lavoura de café. Até então, Gilda falava apenas o idioma italiano, tendo que aos poucos aprender a falar o português.
No ano de 1941 a família de Gilda passa a morar e a trabalhar no sítio da família Paganotti, localizado em Iepê – SP. Justamente nessa ocasião, durante o trabalho na lavoura de café, Gilda fez amizade com algumas moças e rapazes da família Zaganin que também trabalhavam naquela plantação, entre eles, Luzia, Apolônia, Felicidade (Felista) e Antonio, pelo qual passou a se interessar.
No cafezal conversavam, e depois do serviço voltavam todos juntos para casa. Além de frequentarem juntas as rezas e as missas, Gilda ia passear às vezes na casa das amigas aos domingos. Com o tempo ela foi se aproximando de Antonio e este pediu então permissão ao seu pai para namorá-la. Gilda se recorda que naquele tempo os namorados não podiam nem mesmo pegar na mão um do outro e sempre devia ter alguém por perto para “vigiar” o casal.
Em 1943 a família Marotto voltou a viver e a trabalhar em São José das Laranjeiras – SP, no sítio de seus parentes Nicolau Ludwig e Angelina Uliana (prima de Gilda, as mães eram irmãs).
Porém, a distância não atrapalhou o amor entre Gilda e Antonio e, este, ia todos os domingos a São José das Laranjeiras, para participar da missa das 8h00 e se encontrar com a namorada. O meio de transporte usado era o cavalo e, geralmente, Antonio seguia acompanhado de seu irmão Silvestre e de sua prima Luzia. Após a missa acompanhava Gilda e sua família até a entrada do sítio onde moravam, se despedia com um aperto de mão e voltava a São José das Laranjeiras, onde o irmão e a prima o aguardavam para retornarem a Iepê.
Antonio resolveu tornar o compromisso ainda mais sério e pediu ao Sr. Renato Marotto se poderia passar a namorar Gilda em sua casa. Com o consentimento do futuro sogro,  Antonio visitava a namorada todos os sábados, retornando para casa a noite. Os encontros aconteciam sala da casa, mas ambos tinham que se sentar distantes um do outro, tendo sempre a supervisão de alguém.
Em 1944 a família Marotto mudou-se novamente, desta vez para Cruzália – SP, onde trabalhavam na lavoura de café no sítio do Sr. Luiz Zandonadi e, tempos depois, foram para outro sítio um pouco mais longe.
Neste mesmo ano Antonio e Gilda ficaram noivos. Noivaram durante seis meses e casaram-se às 6h00 da manhã do dia 08/02/1945 em São José das Laranjeiras – SP. Foram padrinhos da noiva, seu primos Nicolau Ludwig e Angelina Uliana, e do noivo, seu sobrinho José Gerônimo. Da família de Antonio estavam presentes apenas seus irmãos Silvestre e Ulisses, sua prima Luzia Zagagnin e seu sobrinho José Gerônimo, pois os pais de Antonio já haviam falecido.
Antonio Zaganin e Gilda Maria Marotto

Após o casamento tomaram um lanche e, às 10h00, pegaram um ônibus para Assis – SP e, de lá, o trem com destino a São Paulo – SP. Permaneceram cinco dias na capital paulista, ocasião em que tiveram oportunidade de muitos lugares, como por exemplo, a Penha, o Museu do Ipiranga e o Zoológico. Depois viajaram para Tambaú – SP, onde permaneceram dezessete dias, hospedados  na casa de Galileo Bozzi e Elisa Fugagnolli, tios de Antonio. Passaram também um dia em Ribeirão Preto – SP, para conhecerem a sede da Sociedade Santo Antonio de Pádua, da qual Antonio fazia parte. Viajaram num total de 22 dias em lua de mel e depois retornaram a Iepê, para a casa de Antonio, no sítio da família Zaganin. Com os recém casados viviam também os irmãos de Antonio: Silvestre, Joana e Felicidade e a prima Luzia.
Felicidade cuidava da casa, Joana trabalhava na cidade como doméstica na casa da família Simões Duo e os demais trabalhavam no cafezal da família Zago e no cafezal que possuíam em seu próprio sítio.
Possuíam também um engenho de açúcar, condicionado por tração animal. Gilda, Luzia e Silvestre levantavam-se às 4h00 para moer a cana, no engenho era movido por apenas um burro chamado “Perfeito”.
Em 1946 Gilda engravidou do primeiro filho (um menino), que nasceu morto aos oito meses de gravidez. Em 1947, Antonio e Gilda resolvem partir para o estado paranaense, e passam a morar e a trabalhar na lavoura de café, no sítio do Sr.  João Porsobon, localizado no distrito de Santa Margarida, pertencente ao município de Bela Vista do Paraíso. Gilda foi grávida pela segunda vez, mas na época tomava remédios fortes contra a “maleita”, que fizeram-na perder novamente a gravidez aos sete meses, sendo que desta vez estava grávida de duas meninas.
Como não se adaptaram ao local, retornaram no mesmo ano para Iepê, desta vez para morar no sítio de 55 alqueires que Antonio e Silvestre haviam comprado, ao lado do sítio de seu pai João Zaganin. Desta propriedade, que foi dividida anos mais tarde, 35 alqueires ficaram para Antonio e 20 alqueires para Silvestre. Na nova casa moravam além de Gilda e Antonio, Silvestre e Luzia até se casarem, pois Felicidade já havia se casado e Joana faleceu no início do ano seguinte.
No novo sítio, chamado Santa Rita, em homenagem a matriarca da família Rita Bozzi, criavam cerca de 60 porcos, que vendiam em pé; tiravam leite de 10 vacas, do qual Gilda fazia queijo e requeijão para vender e, possuíam também plantação de café, milho, arroz, feijão e mandioca, para consumo.
Neste sítio, Antonio Zaganin e Gilda Maroto tiveram mais nove filhos:

  1. Rita Rosa Zaganini, nascida aos 23/07/1948 em Iepê – SP e casada aos 20/07/1974 em Iepê – SP com Maurício Zago, nascido aos 17/06/1949 em Iepê – SP, filho de José Eduardo Zago e Lucila Merlin Zago. Juntos tiveram dois filhos: Valquíria Sheila Zago, nascida aos 19/06/1978 em Rancharia – SP e Wagner Maurício Zago, nascido aos 12/02/1985 em Rancharia – SP.

  1. João Renato Zaganin, nascido aos 07/11/1950 em Iepê – SP e casado aos 12/05/1973 em Iepê – SP com Lúcia Maria Machado, nascida aos 02/10/1952 em Paraguaçu Paulista – SP, filha de Luiz Machado e Lourdes Gonçalves. Juntos tiveram 03 filhos: Tânia Regina Zaganin, nascida aos 21/12/1975 em Rancharia – SP; Sulivan Luiz Zaganin, nascido aos 27/12/1978 em Paulo Afonso – BA e Tiago Antônio Zaganin, nascido aos 03/04/1985 em Foz do Iguaçu – PR.

  1. Martinha Zaganin, nascida aos 11/10/1952 em Iepê – SP e casada aos 22/11/1975 em Iepê – SP com Paulo Camilo Rosa, nascido aos 24/01/1952 em Iepê – SP, filho de Augusto Camilo Rosa e Bertolina Faustina de Andrade. Juntos tiveram 03 filhos: Patrícia Zaganin Camilo Rosa, nascida aos 20/04/1976 em Rancharia – SP; Paulo Fernando Zaganin Rosa, nascido aos 07/04/1981 em Iepê – SP e  Erica Cristina Zaganin Rosa, nascida aos 28/12/1984 em Iepê – SP.

  1. Davi Zaganini, nascido aos 16/02/1955 em Iepê – SP e casado aos 22/09/1984 em Iepê – SP com Maria Aparecida de Oliveira, nascida aos 16/02/1957 em Iepê – SP, filha de Saturnino de Oliveira e Maria Camilo de Oliveira. Juntos tiveram 03 filhos: Dayane Cristina Zaganini, nascida aos 19/07/1989 em Rancharia – SP; Danilo Eduardo Zaganin e Diego Renato Zaganini, gêmeos, nascidos aos 06/09/1993 em Iepê – SP.

  1. Paulo Zaganini, nascido aos 26/06/1957 em Iepê – SP e casado aos 12/06/1982 em Iepê – SP com Terezinha Lopes Batista, nascida aos 03/06/1962 em Iepê – SP, filha de Aparecido Lopes Batista e Lourdes Machado Batista. Juntos tiveram 03 filhos: Jefferson Matheus Lopes Zaganini, nascido aos 25/08/1984 em Foz do Iguaçu – PR e falecido aos 02/08/1993 em Campinas – SP; João Paulo Lopes Zaganini, nascido aos 23/07/1987 em Foz do Iguaçu – PR e Luiz Antônio Lopes Zaganini, nascido aos 18/01/1994 em Iepê – SP.

  1. Socorro de Lourdes Zaganini, nascida aos 18/10/1959 em Iepê – SP e casada aos 05/04/1977 em Iepê – SP com José Carlos Cardoso de Oliveira, nascido aos 16/03/1958 em Iepê – SP, filho de Célio Cardoso de Oliveira e Eva Pelissari. Juntos tiveram 02 filhos: Aislan Zaganini de Oliveira, nascido aos 09/01/1980 em Foz do Areia – PR e Thaís Regina Zaganini de Oliveira, nascida aos 20/12/1984 em Foz do Iguaçu – PR.

  1. Maria Dolores Zaganini, nascida aos 01/09/1962 em Iepê – SP e casada aos 16/04/1994 em Iepê – SP com Claudinei Roberto Bento, nascido aos 18/01/1964 em Iepê – SP, filho de Juliano Bento Vieira e Rosa Merlin Vieira. Juntos tiveram 01 filho: Felipe Augusto Zaganini Bento, nascido aos 30/12/1995 em Guarulhos – SP.

  1. Moisés Zaganini, nascido aos 08/03/1966 em Iepê – SP, solteiro.

  1. Dorothéa Zaganini, nascida aos 11/09/1968 em Iepê – SP, solteira.

Um fato interessante está nos laços de parentesco existente entre os genros e noras de Antonio e Gilda, pois são parentes entre si: Lúcia Maria Machado e Terezinha Lopes Batista; Maurício Zago e Claudinei Roberto Bento; Paulo Camilo Rosa e Maria Aparecida de Oliveira.
Antonio e Gilda ficaram casados por 56 anos. No dia 12/12/2011, Antonio Zaganin veio a falecer, às 20h00, no Hospital Municipal de Rancharia – SP, tendo como cauda da morte embolia pulmonar.
Atualmente, 2011, a família de Antônio e Gilda está composta de 09 filhos, 03 genros, 03 noras, 17 netos e 4 bisnetos.


Paulo Fernando Zaganin, através do relato de Gilda Maria Maroto Zaganin, em novembro de 2001 (texto revisado em 2011).