Emilio Zagagnin e Antonia Corò


EMILIO ZAGAGNIN E ANTONIA CORÒ
(Patriarcas da família Zaganin no Brasil)

Emílio Silvestro Zagagnin, filho de Giuseppe Zagagnin (1821-1895) e Felicità Spolaore (1824-1909), é o patriarca da família Zaganin no Brasil. Nasceu em Vetrego di Mirano aos 07/10/1851 (conforme documento de alistamento militar registrado no Archivio di Stato di Venezia) e foi batizado no dia 12/10/1851 (de acordo com o Livro de Registros de Batismos da Paróquia San Silvestro de Vetrego). São seu avós paternos Angelo Zagagnin e Margherita Masetto. São seus avós maternos Vicenzo Spolaore e Teresa Marcato.

Certidão de Batismo de Emilio Silvestro Zagagnin
(Vetrego di Mirano, Veneza, 12/10/1851)


Certificado Militar de Emilio Zagagnin
(Archivio di Stato di Venezia, Classe 1851)


Emilio casou-se em Mira (Veneza) no dia 13/02/1875 (no religioso) e no dia 13/08/1876 (no civil), com Antonia Corò, nascida em Mira em 1854, filha de Giuseppe Corò e Maria Celini. É importante salientar que em diversos documentos o sobrenome de Antonia aparece também grafado como Corrò (as duas formas Corò e Corrò são difusas na Itália há centenas de anos).


Certidão de Casamento de Emilio Zagagnin e Antonia Corò
(Mira, Veneza, 13/08/1876)


O casal Emilio e Antonia passou a morar na propriedade rural da família Zagagnin em Vetrego, onde trabalhavam como contadini (agricultores), seguindo a tradição familiar. Em Vetrego tiveram oito filhos:
1.      Maria Luigia Giovanna (Zagagnin Busato Maria Luigia Giovanna), nascida às 03h00 do dia 24/06/1876 e batizada aos 25/06/1876;
2.      Os gêmeos Giovanni Primo (Zagagnin Busato Giovanni Primo) e Rosa Seconda (Zagagnin Busato Rosa Seconda), nascidos aos 18/06/1880 e batizados nos dia 20/06/1880. Ele nasceu às 15h00 e ela às 15h30;
3.      Fortunato (Zagagnin Busato Fortunato), nascido às 15h00 do dia 15/08/1882 e batizado no dia 17/08/1882;
4.      Filippo Silvestro (Zagagnin Busato Filippo Silvestro), nascido às 22h00 do dia 29/04/1885, batizado no dia 03/05/1885 e registrado no dia 29/06/1885;
5.      Giorgio (Zagagnin Busato Giorgio), nascido às 04h00 do dia 09/03/1888 e batizado no dia 10/03/1888;
6.      Os gêmeos Giovanna Maria (Zagagnin Busato Giovanna Maria) e Giuseppe Verginio (Zagagnin Busato Giuseppe Verginio), nascidos às 15h00 do dia 02/03/1894 e batizados aos 03/03/1894. Giuseppe faleceu às 12h00 do dia 03/03/1894 e Giovanna faleceu às 03h00 do dia 19/03/1894.

Após a Unificação da Itália em 1861, o país passou a enfrentar um longo e intenso período de fome, miséria e devastação, que afetou todas as classes da sociedade. A partir de 1870, muitos italianos começaram a imigrar em número significativo para o Brasil, que estava carente da mão de obra para as lavouras de cana-de-açúcar e de café, uma vez que em 1850 tinha sido criada a Lei Eusébio de Queirós, que proibia o tráfico negreiro e, consequentemente, diminuía a mão-de-obra escrava.
Diante das transformações socioeconômicas em curso no norte da península itálica, que afetaram sobretudo as propriedades rurais, muitos italianos se viram impulsionados a deixar sua pátria e tentar a sorte na América. Foi assim, que Emilio Zagagnin resolveu partir com a esposa e filhos para o Brasil em busca de uma vida mais promissora.
Segundo o Livro de Registro de Imigrantes da Hospedaria de Imigrantes de São Paulo n.º 051/Fl. 458, a família de Emilio Zagagnin embarcou aos 27/10/1895 no Navio Fortunata R, procedente do Porto de Gênova, na Itália, e desembarcou aos 18/11/1895 no Porto de Santos, no Brasil. A viagem que durou 23 dias era monótona e parecia não ter fim, ainda mais se pensarmos na precariedade das instalações do navio em que viajavam. De acordo com relatos orais, alguns não suportavam a travessia e morriam no caminho, outros até mesmo se suicidavam, como foi o caso do tripulante Pietro Restello, que também estava nessa viagem.

Certidão de Desembraque da Família Zagagnin no Brasil (1895)


Contudo, apesar da más condições da viagem e do medo do desconhecido, Emilio Zagagnin carregava no peito a esperança de estar fazendo a coisa certa, acreditava que no Brasil teria melhores chances de criar e educar seus filhos.
Ao chegar no Brasil, a família de Emilio se instalou em uma fazenda do recém criado distrito de Santa Cruz da Estrela, pertencente ao município de Santa Rita do Passa Quatro – SP, onde foram contratados para trabalhar na lavoura do café. Ali, nasceu o nono e último filho do casal, Natale Zagagnin, aos 24/12/1897, o primeiro Zagagnin nascido em terras brasileiras.


Emilio Zagagnin, Antonia Corò e o filho caçula Natale Zagagnin
(Santa Cruz da Estrela - SP, 1898)

Em 1898 a família Zagagnin transferiu-se para a fazenda Tambacy, localizada no município de Tambaú – SP, para continuarem na lida do café. Naquela fazenda Emilio e Antonia acabaram de criar os filhos e permaneceram até falecerem.
Emilio Zagagnin faleceu às 20h00 do dia 02/08/1918, em seu domicílio na fazenda Tambacy, com 66 anos de idade, tendo como causa da morte: colapso cardíaco. Foi sepultado no cemitério de Tambaú – SP.
Sabe-se por relatos orais que Antonia Corò faleceu por volta de 1912, em seu domicílio na fazenda Tambacy, porém, seu óbito ainda não foi localizado. Foi sepultada no cemitério de Tambaú – SP.


Certidão de Óbito de Emilio Zagagnin
(Tambaú - SP, 02/08/1918)
Paulo Fernando Zaganin, abril de 2000 (texto revisado em 2011).